Vi estradas e espelhos enterrados sob sonhos acordados.
Vi todos os cães famélicos salivando ao pôr do sol.
Reis cairão, filhos se apegarão às mãos trêmulas e cansadas de suas mães,
com olhares assustados, que deslumbrarão o chão ruir sob seus pés.
Eu vi a boca do mundo salivando.
Vi seus dentes de tamanhos imensuráveis.
Vi sua fome eterna.
Eu vi a língua do mundo lamber a face pálida do porvir...
Senti seu largo nariz farejar nossos medos, e o medo de nossos medos.
texto: Dimitry Uziel
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