terça-feira, 12 de junho de 2012

quarta-feira, 6 de junho de 2012

1ª SP Popfest | Espaço Cultural Walden


Ontem, Cezar Zanin e Mariana Cetra, anfitriões do Espaço Cultural Walden, finalmente divulgaram notícias oficiais sobre o primeiro São Paulo Popfest, com a presença mais que ilustre dos americanos do Ringo Deathstarr. O festival acontecerá em agosto de 2012, em três datas, e contará com a presença de bandas paulistanas, de outros estados e internacionais.

Datas e bandas

24/08

The Concept (SP)
Your Favorite Songs (SP)
Inverness (SP)
Magic Crayon (SP)

25/08

Churrus (MG)
Top Surprise (MG)
The John Candy (RJ)
Lê Almeida (RJ)
Loomer (RS)
Pale Sunday (SP)

26/08

A Espiral de Bukowski (SP)
Hacia dos Veranos (ARG/UK)
Ringo Deathstarr (EUA)

INGRESSOS EM BREVE!

O Espaço Cultural Walden é uma das mais novas casas de Sampa. Um lugar pequeno, porém, muito aconchegante, situado no miolo da grande metrópole, para ser mais preciso, exatamente atrás da sede da Secretaria Estadual da Educação, antiga Escola Normal Caetano de Campos, na Praça da República.
A casa abriga as novas festas da noite paulistana, algumas delas são: Blue Room, Friends of P, Mixtureba Rockscene e Pisces Night, entre outras. A casa abre de terça a domingo. E o grande diferencial está nos preços, que são completamente fora do comum das várias casas espalhadas por aqui. O Walden é o tipo de lugar que não precisa pagar caro para se divertir.

Praça da República, 119 – São Paulo/SP | Av. São Luis com Ipiranga

terça-feira, 5 de junho de 2012

NADA DEMAIS (trecho de Libertar do Inferno)



(...)

A cidade me parecia a mesma de sempre; prédios, movimentadas avenidas, construções inacabadas pelo governo, casas abandonadas e transeuntes desatentos. As ruas sempre serão as mesmas, até nos sonhos. Só as ondas que nunca estarão no mesmo lugar. Mas as ruas... Enfim... No dobrar de uma esquina morta e sem cor, meu olhar encantado pelo nada, passeava vazio pelo concreto da calçada imunda, até que, atônito, tropecei num daqueles desatentos transeuntes. O bom moço fora simpático, me estendera a mão para ajudar de alguma forma aquele corpo estirado no chão (o meu). Agradeci aceitando a ajuda e pegando em sua mão quente, que ostentava finos dedos de agulha, macios, que mais pareciam de uma delicada donzela.
– Você está bem? Disse o rapaz. – Peço desculpas.
– Sim, sim. Tudo bem!
Ao me levantar, o estranho me fitou profundamente e silenciou com um olhar quase que desconfiado.
– Você não é daqui?! Disse ele.
– Não? Perguntei, olhando para os lados enquanto limpava minha calça.
– Não! Você não é daqui. Venha, vou lhe mostrar a cidade.
Obviamente, eu fui sem saber por que seguia aquela estranha persona.
Há momentos que já não reconhecemos um sonho como deve ser. De tanta “realidade”, ele toma vida própria e caminha sozinho por corredores estreitos e psicodélicos, nos confundindo a todo instante, perdido no tempo irreal. E, ali, na calçada, a caminhar, calado eu pensava: quanto tempo dura um sonho indesejado?
Após tanto silencio, de supetão indaguei:
– Onde mora Deus?
– Ali! Apontou – Vê aquele prédio? Então... É lá que ele mora. Respondeu-me, com uma naturalidade invejável. – Vamos até lá. Só não poderemos entrar.
– Por quê? 
– Ele se isolou do mundo. Dizem que ele vem planejando algo memorável.
– Tipo o que?
– Ninguém sabe. Você conhece as pessoas, sabe como elas são; na primeira oportunidade, fazem uma menção a ele e criam planos que gostariam que ele elaborasse. Disse-me sorrindo, com um suave sarcasmo, o rapaz de pele fina.
Chegando próximo ao prédio, a morada do senhor, eu percebi um clarão descomunal por detrás do edifício. Fui desviando o olhar para desvendar e saciar minha curiosidade tão humana naquele lúdico sonho que parecia tão longo em poucos segundos. Fui me aproximando do branco ofuscante, e já nem me lembrava de olhar o prédio, que era o destino inicial.
            – Aonde vai? Perguntou-me o moço de cabelos negros.
– O que é esse clarão que mal se pode olhar, vindo detrás do edifício?
– Ah. Isso?! Nada!
            – Como nada? Impossível. Chega a irritar a vista.
– Exatamente. Por isso ofusca. Mas ofusca apenas a sua vista. Quer ir até lá? Pode ir. Não verá nada.
– Com certeza não verei. Numa claridade dessas, quem poderia enxergar algo?
– Essa claridade não é de uma luz. É o reflexo do nada.
Não precisei questionar. Meu semblante o fez por mim, com a cara de interrogação.
– Vou explicar. Deus não precisava construir nada além do palpável para o mundo. Ele não precisava construir nada além dele. De sua morada para frente, existe o mundo e o resto. Para trás desse edifício é uma folha em branco, nenhum desenho, nenhum projeto inacabado, nada. Definitivamente nada. O espaço nessa folha era maior do que o necessário para impressionar.

(...)