terça-feira, 25 de outubro de 2016

PARALELAS


As curvas e as linhas paralelas se encontram num ilusório arranjo delicado de flores derrubado no espaço vazio, se encostam feito dois corpos que se atraem confusos na solidão dos desejos irrefutáveis, na plataforma das partidas, no laçar desajeitado das mãos que não sabem por onde passear.
Entre escombros, minha matéria grita, o peito implode, sedento por sinais de vida.
As ruas são campos que nunca morrem, são lembranças que nos corroem e, com o rastejar frio dos dias, as nuvens descem, pelos tempos azuis escorrem, clamando por um pouco de atenção.
Eu, debruçado no parapeito dessa vida, me reclino, balanço entre o infinito e a razão. E aceito a condição.

Dimitry Uziel (na estrada)
Primavera de 2016

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