sexta-feira, 16 de julho de 2010

A MORTE DE MINHA MÃE

Belíssimo e por fim,
fora dado o corte final à matéria benévola
que a minha fronte deitara-se por completa.
Tal, repleta d'uma harmonia ora perfeita, ora descontenta.


Tal qual o cheiro acre das flores rudes que a rodeavam
E que volta e meia multiplicavam-se.
Enfim, lá estava sobre teu leito finito.
Como se assim, uma missão houvesse cumprido.


Tua face macilenta, teu corpo cheio,
Dormia docemente num recinto embalsamado
Por um aroma já bem conhecido.
Que complementava a razão de um auto-retrato.


Belíssima era, por fim, entregue à corte dos não vivos
Que nos fitavam do além.
Entre tristeza, palavras, tentativas de consolo, orações e lágrimas,
Velava-se o corpo já desalmado de minha mãe.




20 de abril de 2007
dimitry uziel

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