quarta-feira, 28 de abril de 2010

tela em branco

tentar dizer o que eu sou
com a ponta limpa do pincel.
deixar em branco o que restou.

da sua frase que roubei
tomei açucar e o mel
com o azul pra completar

meus pés estão na água
e os olhos do espelho
enxergam além do que se pode ver

estou alto demais
e não consigo mais descer.
a aquarela acabou e eu não soltei o seu balão

eu vou criar
um mundo paralelo
numa tela que eu possa pendurar
no corredor de um sonho bom

tentar dizer o que eu sou
com a ponta limpa do pincel.
deixar em branco o que restou

nenhum retrato é tão igual
aquele que eu não terminei.
culpa (do) tempo se atrasou.

raphael lopes e dimitry uziel

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