sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Metrópole


Essa noite fui acolhido pela nostalgia das culturas invisíveis, das artes sujas, da plástica mundana. Fui, nessa noite, arrebatado pela beleza cosmopolita da cidade poluída. Missas, política, grafite, fotografias, gravatas e bermudas surradas. Um gosto agridoce no paladar falido. Os mendigos risonhos se misturavam e camuflavam entre doutores carrancudos. Meu semblante atônito perante a tantas informações nebulosas, outras perfídias, causou pânico ao reflexo da nostálgica persona desta noite de comemoração.
Céu limpo, estrelas cadentes após a rápida garoa, esperança de bonança. Nada demais, apenas nostalgia. Tudo muito simples, perspícuo, pavoroso e belo.
Aqui, dentro de mim, aparentemente, a indiferença reina. Lá fora, a metamorfose dos quatrocentos e cinquenta e sete anos é evidente. Eis a cidade de alterações constantes. Aqui, nada dura por muito tempo, não há tempo de envelhecer, nos restam apenas as fotografias, as lembranças e a nostalgia.

Parabéns São Paulo, por aquilo que se possa parabenizar.

“Encorajo minhas pernas e mãos à toda essa patriotice.”

Dimitry Uziel
25/Jan/2011

2 comentários: