Essa noite fui acolhido pela nostalgia das culturas invisíveis, das artes sujas, da plástica mundana. Fui, nessa noite, arrebatado pela beleza cosmopolita da cidade poluída. Missas, política, grafite, fotografias, gravatas e bermudas surradas. Um gosto agridoce no paladar falido. Os mendigos risonhos se misturavam e camuflavam entre doutores carrancudos. Meu semblante atônito perante a tantas informações nebulosas, outras perfídias, causou pânico ao reflexo da nostálgica persona desta noite de comemoração.
Céu limpo, estrelas cadentes após a rápida garoa, esperança de bonança. Nada demais, apenas nostalgia. Tudo muito simples, perspícuo, pavoroso e belo.
Aqui, dentro de mim, aparentemente, a indiferença reina. Lá fora, a metamorfose dos quatrocentos e cinquenta e sete anos é evidente. Eis a cidade de alterações constantes. Aqui, nada dura por muito tempo, não há tempo de envelhecer, nos restam apenas as fotografias, as lembranças e a nostalgia.
Parabéns São Paulo, por aquilo que se possa parabenizar.
“Encorajo minhas pernas e mãos à toda essa patriotice.”
Dimitry Uziel
25/Jan/2011